No sentido com o qual foi criado, o Baile-de-debutantes é o coroamento de um projeto educativo independente e sui generis. Surgiu no século XVIII junto às cortes européias, com a finalidade de educar as meninas para a vida social e a direção do lar. Esta era praticamente a única alternativa à vida religiosa em um monastério. Mas, gradualmente essa vinculação palaciana se desfez, e o baile passou a ser promovido por entidades várias, ora associado a um programa educativo bastante disciplinado – quando organizado por igrejas, escolas e entidades filantrópicas –, ora meramente uma festa estelar, promovida por clubes e hotéis de luxo, sem qualquer exigência prévia senão o pagamento de taxas exorbitantes aos seus organizadores. A palavra "debutante" vem do francês débutante, que significa iniciante ou estreante.
Na modalidade em que é mais fiel à sua antiga formulação, o Baile das Debutantes é em geral promovido por uma Comissão Organizadora, que convida uma ou várias patronesses, e é precedido por uma etapa de ensino prático. O programa compreende, principalmente:
a) engajamento em um trabalho social caritativo;
b) lições de Boas-maneiras e Etiqueta com a realização de Chás e Coquetéis, nos quais as candidatas são observadas e corrigidas pela patronesse ou pelas senhoras da Comissão; e
c) explanações sobre cidadania, política e economia, em visitas guiadas à sede dos poderes municipais, estaduais, federais; a museus e locais históricos.
A formação das debutantes e o baile não se vinculam a nenhum nível do currículo escolar, e sim a uma idade considerada apropriada para a integração e início da participação social responsável da mulher, geralmente entre quinze e vinte anos, e antes do ingresso na universidade.
O Baile-de-debutantes é chamado nos Estados UnidosCotillion [do fracês cotillon]. De acordo com os dicionários, a palavra francesa refere-se a uma dança de quatro pares ou “quadrilha”, em baile muito animado no qual são distribuídos brindes ou se fazem leilões ou jogos de salão. O significado da palavra no francês não a recomenda muito: a expressão Courir le cotillon significa “procurar por mulheres de condição inferior”, ou ainda como na frase “Mais en revanche, lorsque sonne l'heure de danser, de festoyer et de rire, on les retrouve bonnes premières à la tête du plus endiablé des cotillons.” (o mais endiabrado dos cotilhões -www.agora.qc.ca/encyclopedie, 2007). Apesar disso, a palavra passou a ser empregada na América do Norte para designar um baile conjunto de várias debutantes promovido por um comitê, a fim de distingui-lo do luxuoso baile de uma única debutante promovido por sua própria família. O sentido pejorativo desse emprego é óbvio. Na imprensa internacional e nos países europeus e da América Latina não se vê, até o presente, a utilização do termo Cotillon. A expressão usada é “Baile-de-debutantes” como o que se realiza anualmente em Paris, no Hotel Crillon, na Place de la Concorde, do qual participaram, em 2006, de acordo com o noticiário, 23 moças com idade de 17 a 21 anos, filhas de gente famosa, representando quinze países. A denominação “cotilhão”, em português, ou a francesacotillon, ou a palavra cotillion em inglês, com um “i” a mais, poderia aplicar-se, talvez, a alguns bailes de debutantes semi-anárquicos, realizados sem a prévia educação das moças (por omissão de suas famílias ou da comissão patrocinadora), no qual são introduzidas exibições de mágica, jogos de salão, troca de roupas, dança das cadeiras, jogar gente na piscina, etc. criando uma agitação de gosto popular. Na América é comum a jovem participar de vários cotillions, o que é inconcebível para o Baile-de-debutantes, pois a introdução social, o debut, pelo seu próprio significado só pode acontecer uma vez. |
A Comissão Organizadora. A criação de uma Comissão Organizadora é o primeiro passo para o planejamento do Baile-de-debutantes, e deve começar até um ano antes. Sua constituição pode ser uma iniciativa das próprias mães que se organizam para promover o projeto ou fazem um pedido à direção do Colégio para que promova o baile. A Comissão convida uma ou mais senhoras representativas do melhor estrato social da comunidade, que compreendam o potencial educativo do projeto e, imbuídas de espírito filantrópico, aceitem emprestar os seus nomes e prestígio, e seus esforços e ajuda financeira, para a realização do baile. Se a comissão não tem entre seus membros pessoas experientes em iniciativas desse tipo, é conveniente que sejam ouvidos alguns consultores de eventos (cerimonialista) que indicarão as metas quanto à parte festiva do projeto, e uma Assistente-social que possa sugerir a atividade beneficente (item “a”) que as debutantes deverão executar como parte do projeto. A Comissão não deve confiar muito em “novas modas” sugeridas pelas candidatas ou pelos cerimonialistas, que possam vulgarizar o evento planejado, e torná-lo para todos uma recordação não muito satisfatória.
A Comissão não poderá convidar mais ninguém que se torne pessoa mais importante que a patronesse, o que consistiria em grande falta de consideração com a pessoa que aceitou despender seu tempo e prover recursos para o projeto. Havendo uma ou mais patronesses, elas representam a sociedade e serão as convidadas de honra, que receberão os comprimentos do pai e da jovem debutante na apresentação, na ocasião do baile. Porém, se o evento é organizado e financiado por uma comissão de mães das debutantes, então elas escolhem a senhora de mais consideração que possam convidar, por exemplo, a esposa do prefeito ou do governador, a esposa de uma grande empresário ou do presidente de um clube local importante, etc., e esta representará a sociedade como convidada de honra da Comissão Organizadora. Embora muitas moças fiquem empolgadas com a idéia de convidar um astro da televisão ou da música, é duvidoso que tal personagem seja de fato um representante expressivo da sociedade. chamá-lo de “príncipe” é, com certeza, um grande despropósito.
Feito o rascunho do programa, a comissão poderá estimar os custos de todas as etapas e passar os cálculos à patronesse, ou pensar nos modos de financiar o evento tanto em sua parte educativa quanto na realização final do baile. Isto implica em fixar as dimensões pretendidas para a celebração, o local para o baile, o montante a ser destinado à atividade caritativa, os horários para as aulas de Etiqueta, as excursões e visitas vinculadas às atividades cívicas, o custo da orquestra, o custo do bufê e de todos os demais itens incorporados à programação.
Planejamento definitivo. De posse das informações básicas e bem assente o propósito de promover o Baile, a comissão constituída estabelece sua escala de trabalho e faz entre seus membros a distribuição de tarefas e responsabilidades. Pode então promover uma reunião com todas as mães potencialmente interessadas no evento, a fim de saber quantas vão aderir ao projeto e comprometer-se a fazer sua parte e a assistir a filha no que lhes competir. A candidata deve mostrar vontade de participar dos projetos de ajuda à comunidade.
Dispondo de recursos, a Comissão poderá optar pela contratação de um cerimonialista (pessoa encarregada de ajudar na organização e condução de cerimônias) para assistir às reuniões do comitê e colaborar nas decisões quanto ao aluguel de salão, à decoração, à seleção e pagamento de direitos autorais das músicas, supervisionar cabelo, vestido e maquiagem, e a todas os detalhes que são da sua área de assessoramento, inclusive para os últimos preparativos no dia da festa
Poderá também comprar um pacote incluindo o bufê, a decoração, a segurança, a orquestra ou conjunto musical, o que deixará mais tempo livre para a coordenação das atividades culturais.
A Comissão terá menos trabalho se contratar uma empresa de festas para o coquetel que precede (Os garçons começam a servir salgados e bebida nas mesas, a cada grupo de convidados que chega), e para o jantar que deve suceder à apresentação das debutantes. O menu do jantar e o cardápio das bebidas terão influência direta nos custos e precisam ser definidos já na primeira planilha de previsão de despesas. As bebidas são principalmente refrigerantes e coquetéis com ou sem álcool, uísque, vinho e champagne. Uma outra modalidade, que poderá ser menos disspendiosa, é o coquetel-dançante, em substituição ao coquetel e jantar.
Alguns locais que podem ser alugados, como sedes de clubes e associações, com freqüência já possuem um serviço de bufê próprio, o que poderá dispensar a contratação de um serviço de festas e baratear o baile, sem prejuízo do nível do evento. Porém, nem um jantar nem um bufê precisam entrar no programa. Os pais poderão cuidar, cada um, da despesa de sua mesa junto ao bar (se o baile for em um clube).
É conveniente procurar um fotógrafo cujo trabalho seja conhecido ou recomendado. Isto evitará que seja contratado um desses profissionais que exageram nos preços com incrível desembaraço e são rudes na hora de cobrar pelo trabalho, mesmo que este não seja satisfatório. Poderá ser necessário que sejam contrataos dois ou mais fotógrafos, caso seja uma festa para muitos convidados, e para que possa haver cobertura completa de todas as atividades sociais.
A decoração tem que ser decidida, ainda que apenas em linhas gerais, quanto ao tema, às cores e aos demais elementos decorativos que possam influir no custo. O colorido forte, como verde, azul escuro, laranja e vermelho, sobrecarregam o ambiente. Branco, tons de azul e prata são cores mais tradicionais nesse baile, embora não necessariamente as únicas.
Termo de compromisso. A comissão elabora um termo de responsabilidade que será assinado pelos pais e devolvido. Nele os pais autorizam a participação da filha, e aceitam como será realizado e avaliado o projeto beneficente e o aprendizado de comportamento social, e também as conseqüências para a candidata que resultarão da não aprovação do seu desempenho. O termo estabelecerá também o comprometimento quanto aos trajes para o baile, tanto da debutante como da sua mãe, do seu pai e do seu acompanhante. A patronesse ou patronesses precisam comprometer-se a participar de todas as reuniões e eventos para os quais a Comissão Organizadora as convocar. É esperado que estejam presentes na definição dos projetos beneficentes e na reunião de avaliação; que promovam as pequenas recepções para as candidatas e suas mães a fim de dar às jovem oportunidade para a prática das lições de Boas-maneiras e Etiqueta que devem aprender; que colaborem na escolha e aquisição do “Presentinho da dama” para as debutantes, e que não faltem ao baile de apresentação.
Compromissos da patronesse. A patronesse ou patronesses precisam comprometer-se a participar de todas as reuniões e eventos para os quais a Comissão Organizadora as convocar. É esperado que estejam presentes na definição dos projetos beneficentes, na reunião de avaliação, que promovam as pequenas recepções para as candidatas e suas mães, a fim de dar às jovens oportunidade para colocarem em prática as lições de Boas-maneiras e Etiqueta que devem mostrar conhecer, e que não faltem ao baile de apresentação.
Compromisso de trajes. A mãe da debutante deve ser avisada de que deverá usar um vestido longo para o baile, com todas as suas jóias, e vestido curto para os Chás, com poucas jóias. Para o pai e o par ou acompanhante, que dançará com a debutante depois de seu pai também usa traje a rigor e deve comprometer-se com ela quanto a esse particular. Distinguem-se para o homem o “black tie” e o "white tie". O primeiro compõe-se de calças e paletó pretos, camisa branca e gravata borboleta preta, e pode ter uma faixa à cintura. O segundo,white tie, tem camisa com peitilho e colarinho duro de ponta virada, colete de piqué branco, gravata branca e fraque preto, luvas de pelica ou camurça branca, e sapatos pretos de verniz, e será usado se o baile for de grande gala A mistura de classes de variado poder econômico e o entendimento diferente do que seja um traje “passeio completo” tornarão difícil de conseguir uma padronização dos trajes entre os homens. O smoking alugado é a melhor solução para esse problema. Seu pai, padrasto ou outro membro da família, que o substitua, e o par, devem comprometer-se a envergar um smoking durante o baile. O vestido clássico da debutante é o branco, e deve ser leve e de corte recatado mas elegante, simples, desprovido de babados, aplicações ou rendas brancas, e sugerindo uma coisa leve, vaporosa e alegre, sem nenhum traço de rosa ou amarelo. Um vestido de cor diferente, ainda que clara como champagne ou marfim, retira um bom pedaço da autenticidade do baile.Usa também luvas brancas, longas até o cotovelo, e um buquê na mão direita. A pequena tiara de brilhantes (ou de strasse) que foi um acessório obrigatório da vestimenta da debutante, vestígio da época em que os bailes aconteciam nos salões da corte, não tem sido mais uma exigência. Não é usado vestido que deixa nús os lados ou as costas. Os sapatos salto-alto são de cetim, delicados porém suficientemente fortes para não soltarem o salto ou se romperem com a dança que pode se estender até por várias horas. Leva nas mãos um pequeno buquê de flores. O buquê é de pequeno diâmetro, quase plano no topo, e com as hastes das flores firmemente presas num envoltório de papel enrolado em uma fita de seda colorida, em geral cor de rosa ou amarela, formando um cabo curto, do qual pendem uns trinta centímetros de fitas estreitas e soltas. Pode ser formado, por exemplo, com alguns botões de rosa cor de rosa no centro, envoltos em violetas brancas e mais um círculo externo de rosas cor de rosa, por sua vez circundadas por outro círculo de violetas brancas. Outras cores e formatos são usados, sempre em cores suaves e alegres. Existem alternativas elegantes como uma simples rosa artificial, com uma minúscula luz inserida no miolo que é mantida acesa e espalha um um leve brilho sobre o rosto e o vestido da jovem, quando a luz do salão é reduzida para explorar esse efeito. É um dos efeitos esperados do baile que ele influa no conceito de relacionamento social da família da debutante, e a roupa de gala (igual para ricos e pobres) é fundamental para isso, pois dá à pessoa um sentimento de integração social que estimula sua auto-valorização. O problema é o transporte para o local do baile, se alguma das famílias não tiver carro e precisar ir de metrô ou ônibus, e também o acompanhante. Esta situação deve ser previamente discutida com a Comissão Organizadora para que seja reservado um local junto ao salão de baile, porém antes da passagem pelo serviço de segurança da entrada, onde seja possível vestir o traje da festa levado em uma maleta. . |
Acompanhante. Cada debutante convida um parente ou amigo para ser o seu par ou "acompanhante", e cabe à sua família pagar por esse convite e custear a mesa de modo que ele não tenha despesas. O par dançará com a debutante depois de seu pai, e também ele usa o traje indicado para o baile e deve comprometer-se com ela quanto a esse particular. Ela dá o nome e os dados do acompanhante ao comitê, e este é que envia o convite (não a debutante ou sua família). O acompanhante manda entregar um buquê de flores à debutante na manhã do dia do baile. Ele agradece à debutante e seus pais no fim da festa.
O comitê, ou as próprias jovens, devem escolher dois jovens, ou mais, que estarão disponíveis para o caso de faltar um acompanhante. No caso de não substituírem um ausente, eles poderão dançar com qualquer das debutantes depois do seu par, mas não estarão à mesa de nenhuma delas, salvo decisão de alguma que os queira também como convidados da família. O acompanhante deve ser avisado de que não poderá levar consigo nenhum amigo, mesmo supondo que ele possa agradar e que à porta se dará um jeito para que entre, por exemplo, chamando a própria debutante para interferir em seu favor. A segurança não permitirá em nenhuma hipótese a entrada sem convite e sem o traje estabelecido.
O projeto de assistência social. As jovens irão dedicar apreciável quantidade de tempo ao trabalho voluntário para a comunidade. Esse trabalho em um hospital, em projetos sociais da Igreja, em ajuda a creches, asilo de velhos e junto a outras entidades beneficentes locais deverá ser documentado com fotografias para um painel de exposição em local público como a principal biblioteca da cidade, o foyer de um teatro, um salão da Assembléia Legislativa, etc. e a projeção na tela por ocasião do baile. A documentação fotográfica servirá de inspiração para a propagação do conceito correto do Baile-de-debutantes e exemplo estimulante para os grupos futuros. As tarefas de assistência social serão selecionadas de comum acordo com as debutantes e com as entidades beneficiadas. A própria Comissão terá um ou mais membros que se incumbirão de planejar e acompanhar essa atividade. São tantas as possibilidades de atuação na assistência social que não haverá dificuldade em escolher um projeto adequado para realizar essa importante parte do programa do Baile. A segurança das moças deve ser a primeira preocupação: que o trabalho não seja arriscado, pesado, chocante, ou demasiado exigente em tempo de serviço. O projeto beneficente pode ser individual, mas é preferível que seja da responsabilidade de grupos formados entre as debutantes, ou de todas elas atuando juntas sob a orientação de um coordenador de projeto. Este procedimento é recomendável, consideradas a importância do mútuo encorajamento entre as participantes – como a visita e ajuda em um hospital infantil, p. ex. –, ou a facilidade para a coordenação dos trabalhos pelo responsável da área, e várias outras razões. O projeto de ensino. O membro ou os membros da comissão responsáveis pela instrução das debutantes fixarão um certo número de aulas de professores que passarão às debutantes noções de política, história e organização institucional, e os conhecimentos indispensáveis de Boas Maneiras e Etiqueta (como falar, como caminhar, como se comportar à mesa de refeições, no trabalho, nos encontros sociais) e aulas de dança. Providenciarão também os eventos para a prática das normas ensinadas. A valsa é a dança que tradicionalmente as debutantes dançam com os pais e com seu par, após a sua apresentação. Na tradição européia, no Baile-de-debutantes dança-se a valsa à esquerda, ou seja, nenhum passo é dado à direita. Não importa que outros ritmos sejam dançados depois, a tradição da primeira valsa é sempre mantida, e é para dançá-la que as debutantes usam longos e os seus pares vestem traje a rigor. A Comissão terá que ser estrita e firme em manter certas linhas tradicionais da estrutura do Baile-de-debutantes, como o ritual da apresentação e a valsa, ou perderá o controle e estará promovendo um baile vulgar, caracterizado por algum modismo inteiramente vazio de significado, e com resultados nulos. |
Os Chás e as avaliações. A Comissão promoverá uma reunião com as candidatas ao baile para comunicar a avaliação das respectivas atuações no projeto social e do aprendizado em Boas-maneiras, Etiqueta e Cidadania, e fará as recomendações que se fizerem necessárias. Cada candidata será convidada a falar da sua experiência no programa.
Na eventualidade de, apesar do compromisso assumido, algumas jovens não demonstrarem maior interesse pela promoção, ou pretender subverter o esquema definido pela Comissão e aceito e aprovado pela Patronesse, sua mãe deve ser informada e se isto não resolver a questão, ela deve ser dispensada do grupo. Todas as que não preencheram a demanda do programa terão sido avisadas anteriormente e não serão convidadas a participar dessa reunião.
Se houver uma ou mais patronesses do Baile, a ocasião da avaliação é ideal para que sejam apresentadas às candidatas. A reunião será também a oportunidade para que façam seus convites para um Chá em que receberão a Comissão e as candidatas e suas mães, em suas residências. Não havendo uma patronesse, a Comissão Organizadora, ou pessoas proeminentes da sociedade a seu pedido, promoverão um ou mais chás com a mesma finalidade.
Ao receber as debutantes, as anfitriãs procederão com o maior refinamento, e a recepção será como um teste para as jovens que, na fase preparatória, foram educadas nos melhores princípios de Boas-maneiras e Etiqueta. As mães são convidadas e devem acompanhar as filhas a qualquer evento social na suposição de que, antes do Baile, permanecem ainda socialmente sob a tutela de seus pais
Os convites. Os convites para o Baile-de-debutantes não são feitos pela jovem debutante nem por seus pais, mas pela Comissão organizadora. Esta convida inclusive as patronesses, se houver, porque o fato de contribuir com recursos para a realização do baile não faz da pessoa uma anfitriã, porém ela comparecerá como convidada de honra.
A Comissão aceita um número limitado de amigos que uma debutante queira chamar, além de seus pais e do par que escolheu. Os parentes precisam aceitar esse fato que não é questão que se resolva com pagamento de ingressos porque a limitação vem do espaço disponível e dos custos que a patronesse ou a própria Comissão se dispõem a aceitar.
Ensaio. Como se trata de um ritual bastante simples, é suficiente que as debutantes compareçam a apenas um ensaio no local em que será realizado o baile. Elas ouvirão as instruções, saberão onde ficará a mesa da Comissão e da Patronesse, a posição da orquestra, do arco de passagem (se houver) para a apresentação, a tela onde serão projetados seus retratos e as fotos tiradas na etapa preparatória, que mostrarão flagrantes do seu trabalho social, das recepções a que compareceram, além das informações pessoais a seu respeito. Durante uma derradeira reunião com os pais, eles serão avisados do que será na essência a apresentação, com a explicação do seu papel, que se resumirá a postar-se cada pai junto a sua filha, na proximidade do arco, onde aguardarão que o nome dela seja chamado e então ele lhe dará o braço esquerdo e passarão sob o arco, dirigindo-se à mesa onde cumprimentarão seus integrantes, ela primeiro e ele em seguida. Retornarão às suas mesas e aguardarão o chamado para a valsa. Cada debutante gravará na memória não apenas o seu papel, mas também os que desempenharão o seu pai e o seu par na dança.
Nos dias que antecedem o baile cada debutante prepara sua biografia resumida e responde a algumas questões relativamente à sua mudança para a cidade no caso de que sejam procedentes de outros locais do interior ou de outros Estado, a como descreve a experiência vivida no trabalho social, quais seus planos para o futuro com respeito a uma profissão e ingresso na universidade, etc. como preparação do material a ser lido pelo comunicador no momento de sua apresentação, inclusive as fotos para a projeção.
Segurança. É necessário o apoio de um serviço especializado junto à entrada do local do baile e também no salão. Na portaria, deve ser exigido o convite sem constrangimento, e carteira de identidade. Se o traje for a rigor, pode ser mais fácil para a segurança, que simplesmente não deixará ninguém entrar que não esteja vestido como exigido. Qualquer convidado que chegue demonstrando estar sob influência de álcool ou qualquer outra droga precisa ser contido na entrada ou, se notado no interior do salão, convidado a se retirar. O consumo de cerveja, uísque, vinho, pode ser acompanhado discretamente e por ordem da segurança algum participante que esteja se excedendo poderá ter cortado o atendimento. É o melhor modo prevenir e evitar as brigas que acontecem entre jovens imaturos mesmo nos bailes formais da mais alta classe.
Publicidade. Um baile de debutantes somente é notícia depois de realizado. Não se informa nada aos meios de comunicação antes de sua realização, por medida de segurança e por muitas outras razões que tornam inconveniente a divulgação prévia da realização do baile. Caso se deseje uma cobertura pela televisão, é conveniente que o jornalista incumbido dessa cobertura mantenha reserva sobre a sua missão. As jovens devem informar a seus acompanhantes e parentes que a divulgação é desaconselhável. Ninguém deve dar notícia no salão de beleza de que está se penteando para um baile de debutantes, nem comunicar a data ao empregado da loja onde adquire ou aluga as roupas para o baile. Jovens impertinentes, sabendo do baile promovido pela escola, se acham no direito de entrar sem se submeter a nenhuma regra. Penetras habituais têm suas técnicas de mentir e enganar os porteiros. Alguns são "homens aranhas" que sobem na parede ou em uma árvore para alcançar uma janela por onde entrar, ou invadem quintais vizinhos e saltam cercas. A segurança deve estar atenta aos pontos vulneráveis por onde possam entrar indivíduos indesejáveis.
Apresentação. No salão de baile as debutantes passam sob o arco e avançam sobre a pista de braços com o pai. Não é correto que entre de braços com o acompanhante porque este é um figurante que desempenha seu papel simbólico somente após a apresentação, após o debut, simbolizando que a partir de então a jovem está pronta a aceitar um compromisso afetivo que conduzirá ao casamento e à constituição da família. Cada debutante carrega seu pequeno buquê de flores em sua mão esquerda e dá o braço direito ao pai, no desfile de apresentação. Um comunicador anuncia ao microfone o nome da debutante e de seu pai, “Apresentando-se a Senhorita ....., filha do sr.....e da senhora....”e lê uma curta biografia escrita pela debutante para a ocasião, na qual ela diz sua cidade natal, a série em que está no colégio, qual carreira pretende seguir e porque. Mostra slides de seu trabalho social ou de sua presença no chá na companhia de sua mãe. Ao final diz: “Seu acompanhante é o jovem (ou o Sr.).... . O pai beija a mão e A filha recebe da patronesse ou da convidada de honra o chamado “Presentinho da dama” e agradece e o pai, em seguida beija a mão da senhora com um agradecimento que pode ser apenas um "muito obrigado" (Não deve se alongar para não atrasar as apresentações). O "presentinho" é como uma chave ou senha que abre para a jovem o mundo social. Costuma ser um anel em ouro, simples e leve, não muito dispendioso, mas com qualidade para ser guardado como lembrança preciosa pela nova Dama que, nesse momento, acaba de debutar. Esse presente pode ter uma dádiva da patronesse, ou pode ter sido providenciado pela Comissão Organizadora que incumbe a convidada de honra de entregá-lo. Após cumprimentarem com um aperto de mão os demais membros da mesa, pai e filha retornam para sua mesa, a fim de aguardar a valsa. A valsa, o jantar e o encerramento. Terminadas as apresentações, o comunicador anuncia a valsa das debutantes e cada uma delas entra na pista para dançar com seu pai a valsa de despedida da sua condição de tutelada pela família. Após um ou dois minutos, a um sinal do mestre de cerimônia, os acompanhantes avançam para a pista para interromper os pais e tomar cada um a sua dama. Ainda durante a valsa, enquanto a debutante dança com seu par, seu pai volta à pista dançando com a sua mãe. Só depois de algum tempo, terminada a atividade do fotógrafos que registram o momento, o Comunicador interrompe o Baile para que um membro da Comissão faça um breve discurso em que saúda as debutantes e seus pais e apresenta à patronesse os agradecimentos pelo seu apoio na promoção do Baile, ou à convidada de honra por haver aceito o convite, e anuncia o jantar. Após esse pronunciamento inicia-se o jantar, e a orquestra faz apenas um fundo musical discreto, por uns vinte a trinta minutos, e então retoma o ritmo de baile, e os casais, à medida que terminam sua sobremesa, encaminham-se para a pista de dança. |
Não havendo jantar, após o breve pronunciamento do representante da Comissão, o Comunicador convida: “Todos na pista para dançar”. Deste momento em diante o evento continua como um baile formal comum.e a debutante pode trocar seu par, e todos os casais que desejarem passam à pista de dança. A orquestra inicia outros ritmos, mas se uma valsa ainda for tocada poderá ser dançada também à direita. A orquestra não toca Parabéns-para-você, nem é cortado bolo de aniversário.
Após a valsa de apresentação, os convidados de honra se retiram discretamente para a mesa no salão que lhes estiver reservada e a mesa dos cumprimentos fica vazia . Um ou mais membros da Comissão Organizaora e todo o pessoal da segurança permanecem até a hora estipulada com a orquestra ou conjunto para o encerramento do baile. O serviço de bufê ou bar pode ser encerrado meia hora antes do final. A orquestra sinaliza o fim do baile com uma curta valsa de despedida.
Por:Rubem Queiroz Cobra
Fonte: http://guiadebutantes.blogspot.com/2009/10/organizacao.html